quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O tempo é cruel

Podem me chamar de ultrapassada e fazer duras críticas. Mas eu realmente não curto essa nova mania metrossexual da depilação masculina. Confirmei isso durante esses dias que passei sem computador.

Bem, como todos sabem, um copo de cerveja errante caiu bem em cima do meu notebook, queimando assim a placa mãe. Sofri demais, li muitos livros, estudei bastante e tive que ouvir piadas podres do tipo: Ah, seu PC tá em coma alcoólico? (ha ha ha). Pelo menos nesse tempo longe da Internet pude resgatar alguns antigos costumes que a tecnologia havia me roubado, ou seja, pude passar tardes inteiras ao lado do meu pai e seu vinho ouvindo clássicos do Rock e vendo Dvd’s. Isso era sensação na minha infância, enquanto eu desenhava no chão da sala meu pai colocava as melhores músicas do século XX pra tocar. (Queria deixar aqui um eterno agradecimento, já que toda a minha base musical foi ele quem formou me fazendo ouvir boas coisas desde pequenininha, eu acho ). Com o passar dos anos os LP’s e CD’s foram sendo substituídos pelos Dvd’s, e aí sim pude começar a melhor ver os rostos por trás dos solos de guitarra. E me dei conta de uma coisa: aqueles cabeludos eram lindos! Por sinal, além de cabeludos eram jovens cheios de sonhos e energia. A cada clipe musical, a cada show, a cada solo eu me apaixonava mais. Até que caiu a verdade sobre mim: tudo aquilo havia acontecido há no mínimo 30 anos atrás, e esses caras de 20 anos, hoje estariam com 60 e na pior das hipóteses já estariam mortos. Sem dúvida, uma situação de amor platônico.

Ao ter o computador de volta, instantaneamente procurei pesquisar o destino de todos aqueles garotões do rock. Encontrei fotos, datas e o significado da afirmação: O tempo é cruel. Nunca curti esse papo de que envelhecer é uma dádiva, um aprendizado. E depois de ver as fotos do Carl Palmer (ex-baterista do ELP) tive certeza de que a velhice é o fim! Tudo bem, ele pode ser um coroa charmoso e etc...Mas cadê o cabelo? E aquele corpo? A careca e a pele enrugada não me convenciam de que aquele era o garoto de 18 anos que entrava em transe ao tocar sua bateria desordenada no festival da ilha de Wight em 1970. Palmer era realmente lindo. Outro que vivia nos transes da vida era o guitarrista da antiga banda Free, Paul Kossof. Com seu cabelão desgrenhado enlouquecia as meninas ao solar se esfregando contra as caixas de som , quase se jogando no chão. Kossof honrou a frase: Only the good die young (Apenas os bons morrem jovens) falecendo em 1976 com apenas 25 anos de idade e ficando entre os 100 maiores guitarristas do mundo. Mas quem realmente me deixou apaixonada foi Rory Gallagher e seu blusão xadrez. Seus solos na guitarra, seu blues e a sua voz me faziam repetir varias vezes o Dvd. A faixa Gambling Blues praticamente me hipnotizava. O ex-integrante da banda Taste faleceu em 1995, deixando o mundo um pouco mais feio e milhares de fãs desoladas.

Infelizmente o tempo passa pra todas as coisas nesse planeta, e sua ação é inevitável. A juventude é algo efêmero e podemos ver isso o tempo todo. Concluí que o cenário musical se renova, novos rostos aparecem e quando estes estiverem envelhecidos outros novos rostos, tão bonitos quanto, aparecerão. Afinal, toda garota precisa de um ídolo com uma beleza masculina contemplativa, por quem possa sonhar e fazer falsos votos de casamento. Por um momento tive uma tomada de consciência e percebi que esses vovôs já fizeram tanto pela música que acabaram ganhando a eterna imagem de juventude que o Rock proporciona, mesmo que os cabelos de Roger Taylor (Queen) não sejam mais tão loiros assim e que as bochechas de Paul McCartney estejam totalmente caídas.

Deixo então um vídeo do Festival da Ilha de Wight em 1970, com Rory G. tocando Gambling Blues. (adoooro)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

That's 80's show !

É incrível como as oportunidades aparecem nos momentos em que menos esperamos. Hoje passei o dia pensando no que postar (não queria dizer sobre meu dia chato, isso aqui não é pra isso) sem obter êxito. Cheguei em casa, liguei o computador e de repente a resposta estava ali ,na minha frente, na página do youtube bem abaixo dos vídeos recomendados.





Tá. Mas no que o vídeo de um andrógino, rebolante me inspirou? Bem, na verdade esse cara aí é o Adam Ant, líder da banda Adam and the Ants que estourou no cenário pop internacional dos anos 80. Eu aposto que você nunca tinha ouvido falar nele, ou se já ouviu não fez muita diferença na sua vida. Pois pra mim abriu uma nova tese sobre a música nessa década tão cafona.
Quando vi Adam rebolando nas telas de Tv do Hard Rock café, dei um gole na cerveja e percebi que ele faz parte do Hall dos ilustres desconhecidos do 80’s pop. Enquanto aqui no Brasil o Rock nacional lançava nomes como Cazuza, Paralamas do Sucesso, Blitz e titãs o som internacional era quase deixado de lado, principalmente o pop. Exceto, é claro, os super famosos que eram conhecidos até pelos monges confinados das montanhas tibetanas: Michael Jackson com seu imortal Thriller e Madona enlouquecendo meninas com Like a Virgin. A música importada era basicamente Guns’n’roses, The smiths, The Clash, Iron Maiden...
O Rock in rio trouxe o som pesado das guitarras e vaiou o DeeLite ao cantar seu single eletrônico ‘Groove is in the heart’. Mal sabiam eles que estavam a frente de seu tempo, e que sua música faria sucesso nos dias atuais. Outro cantor que passaria tranquilamente como uma adaptação eletrônica de um DJ qualquer é o Prince. A música When Doves Cry, faria lady Gaga e Britney chorarem juntas de tanta inveja, não só do som mas também de seu look super afeminado. Ainda no hall dos andróginos, não poderia esquecer a minha diva (que não é só minha, mas tbm a da minha mãe) Boy George. O líder glamuroso da banda Cuture Club já fez muita gente dançar, e lançou moda com seu batom vermelho sangue e sombra fluorescente. O clipe de Karma Kameleon, pra mim uma de suas melhores músicas, faz jus ao estilo dos vídeos da época. Ainda temos vários cantores como Cindy Lauper ( e sua voz de ratinho), Lionel Richie ( All nigth Long ), Fine Young Cannibals, etc...
O cenário do pop internacional da década de 80 é muito rico e diversificado. Existe uma infinita série de artistas que com sua batida eletrônica primitiva deram inicio ao que temos hoje, sendo até mais apreciados nos dias atuais. Uma prova do que acabei de dizer é que a música desse vídeo postado aí em cima está na trilha sonora do filme Zohan – O agente bom de corte, lançado no Brasil em 2008 e estrelado por Adam Sandler.


PS: fica aí do lado o meu TOP 10 do pop internacional ;D

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Considerações iniciais

Muito bem. Como começar? Na verdade isso é algo que sempre me preocupou muito quando fiz esse blog. Aliás, se tornou uma barreira para que esse post chegasse até você ai sentado (ou não). É uma longa história que faço questão de contar aqui e agora.
Desde que comecei a ter aulas de redação na escola e a ganhar alguns concursos de poesia, muita gente disse que eu deveria escrever mais e ‘colocar as minhas palavras no mundo’. Falaram pra eu estudar jornalismo na universidade e escrever um livro. Levei na boa.Juntei alguns poemas, escrevi alguns textos, apresentei alguns eventos na escola e fiz um blog.
Já tinha tudo engatilhado, mas ainda tinha algo que me travava, algo chamado insegurança. Como perfeita leonina que sou não consigo executar nenhuma tarefa sem que esta saia perfeita, e é claro sem que seja elogiada e amada. Vários anseios tomavam conta de mim: o medo de ser ridícula, de não fazer sucesso, de rirem da minha cara...Isso me travou. Não pensem que agora direi que isso passou e que aprendi várias lições de moral cheias de mensagens bonitas. Não, não. Ainda sou insegura, mas quero ter uma insegurança compartilhada. Quero expor opiniões, notícias, críticas e sempre poder estar ouvindo as dicas de quem lê. Espero que peguem leve, e que adotem essa biboca como um novo refúgio onde possamos nos soltar, falar qualquer merda sem censura, sem medo de opiniões opressoras. Vamos nos permitir celebrar o Trash, o ócio e a mediocridade.
Que a insegurança seja uma palavra mutante e que as considerações finais não cheguem tão cedo!